A essência da obra está contida na palavra tradição. Os parafusos são um grupo folclórico que honra a resistência e luta de um momento histórico escravocrata e pós abolicionista. Ao investigar a história e o surgimento dessa ancestralidade, batemos de frente com o conceito de Sankofa. O olhar profundo para o passado, nos mostra que o hoje é um espelho. E nesse looping eterno se estabelece a outra ponta da tradição: o hoje. Na frase do texto da Priscila Medeiros sobre adaptação ser o símbolo mais tocante da fidelidade, ao contrário do que se pensa normalmente, podemos observar os parafusos como o ponto focal que legitima o conceito por manter viva a memória e a história dos seus antepassados e celebrar isso através
da arte.
Cartaz feito pra disciplina de Pensamento e Representação da Diáspora Africana, ministrada pelo professor Américo Bonfim, do curso de Design Gráfico na Universidade Federal de Sergipe.
Cartaz feito pra disciplina de Pensamento e Representação da Diáspora Africana, ministrada pelo professor Américo Bonfim, do curso de Design Gráfico na Universidade Federal de Sergipe.
Typedesign
A construção de uma fonte display para usar no titulo do cartaz sobre o grupo folclórico lagartense Parafusos. A type é bastante característica e tenta transformar as proposições culturais e artísticas do grupo em conceitos visuais de movimento e forma. É uma tipografia manuscrita e caligráfica, com grafismos que lembram os traços (textura) de um giz ou lápis, proposições da mesma letra de formas diferentes, como se tivesse sido feita a partir de um desenho cotidiano e aleatório. As letras são arredondas e feitas com movimentos circulares, sem serifa e algumas estão ao contrário para dar a ideia de giro (movimento presente na dança dos parafusos), além dela ser propriamente branca para simbolizar a cor da indumentária que o grupo usa. Lembra o estilo das tipografias vernaculares e resgata esse lugar pertencente ao etnodesign e suas possibilidades
para o design acadêmico.
